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QUANDO UMA SILVA OCUPA SEU LUGAR

O degradante episódio ocorrido recentemente numa comissão do Senado Federal explicita o rebaixamento diário da civilidade no Brasil. Autoritarismo, machismo, misoginia, racismo, brutalidade e covardia escancaram a baixa estatura ética de alguns que ignoram a importância do lugar que ocupam!

Atacam uma mulher preta e seringueira que se tornou referência mundial na defesa do meio ambiente, dos direitos humanos e da vida. Um lugar que jamais ocuparão! Certamente por isso, e por interesses elitistas que sempre dominaram os destinos de nosso país, reagem de forma tão violenta!

Dotados de uma visão míope e rasteira, uma Silva não poderia ocupar este lugar! Para eles, o grito da floresta na voz de uma mulher é pura histeria! Uma Silva não pode se contrapor a “sua excelência” o capital. Em sua concepção tacanha e minúscula, uma Silva preta e seringueira, não poderia ser nada além de uma vida esquecida, apagada ou submissa.

Mas a Silva Marina, uma militante da vida, ocupa seu lugar por sua história construída em sensibilidade e testemunho de vida.

Seus algozes, que ocupam os seus por outros caminhos, se veem traídos por suas próprias (in)consciências. Já não disfarçam sua verdadeira razão de estar ali. Para eles as/os Silvas, como Marina, que ousam enfrentá-los, não merecem respeito. Devem ser enforcados.
É a solução dos medíocres e covardes! Embora ocupem lugares que comprovadamente não merecem, não há dúvidas de que a história os colocará em um merecido.

Já Marina, a Silva, que também é historiadora, está em paz com história! Com a que passou e com a que virá!